Podemos ver a vídeoarte como uma nova maneira de se trabalhar, de romper barreiras, indo a um patamar mais elevado, em se tratando de uma linguagem diferenciada. Ela entra no século 21 renovando o cenário do vídeo. Seja pelo seu uso de mídias interativas, seja pela descompartimentação das linguagens artísticas, atraindo um número de artistas de outras mídias cada vez maior, principalmente das artes plásticas.
Contudo apresenta mais que um mero recurso de produção, alterando na sua forma de percepção de imagens, gerando trabalhos absolutamente inquietos e híbridos.
Na vídeoarte os artistas em suas produções, predominam com discussões sobre a relação do homem com seu próprio corpo, com o outro, e reflexões sobre os efeitos da glogalização, ou envolvem outras idéias.
No caso do Coletivo Psicodélico - trabalhamos de forma a nos envolver com os nossos sentimentos mais escondidos, com nossos anseios, frustrações, medos, vontades, engajando um vídeo bem mais repleto de imagens e sonoridade, que tentam levar o espectador a ter uma imaginação fértil e criadora. Levando uma nova relação do caótico cotidiano que nos envolve e transforma em sinuosas viagens para lugares não conhecidos...
Videoarte: Coletivo Psicodélico
Pois Solange Farkas, diz: “A videoarte tem como característica flertar de maneira intensa como outras linguagens. È essa certa promiscuidade, criticada pelos conservadores, que lhe dá essa força.”
Usamos dessa linguagem como uma forma de procurar novos caminhos, de experimentação, de novas ferramentas. Ampliando o nosso discurso poético.
Cada artista constrói sua linguagem, reunindo referências que lhe parecem mais significativas, sendo a mesma articulada segundo suas concepções pessoais...
Então indicamos como leitura o documentário que registra diversos momentos de videoarte no Brasil e fora dele, inclusive cita o Festival Internacional de Arte Eletrônica (que só acontece a cada dois anos) – que nasce junto com a produção de vídeo no país - que já se realizou no Sesc Pompéia/São Paulo em 2001, pela associação cultural vídeobrasil, e envolve o público de linguagem audivisual, servindo de ponte entre os vários artistas brasileiros e o mundo, sendo nacional e internacional. Pois o documentário aborda as várias facetas da videoarte, esclarecendo e mostrando o território das linguagens artísticas, e suas possibilidades dentro da tecnologia.
Por isso não tem como não citá-lo, falar em videobrasil é falar sobre Arte eletrônica.
Aqui vai um dos trechos: “(...) Falar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, linguagem não-verbal de força estranha que ousa, se aventura a tocar a assuntos que podem ser muitos, vários, infinitos, do mundo das coisas e das gentes. São invenções do persistente ato criador que elabora e experimenta códigos imantados na articulação de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites, processuais, técnicos, formais, temáticos, poéticos. Sua ressonância: provocar, incomodar, abrir fissuras, a época geram linguagens ou cruzamentos e hibridismo entre elas.(...)”
“Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça”. Em contrapartida, “Às vezes apenas uma câmera na mão e nenhuma idéia na cabeça”. Na lógica da linguagem eletrônica, forma não é nada, imagem é tudo.”
De certa forma coloca-se citações, contaminações e breves reflexões a respeito da videoarte, que deixa seu legado através do passar dos tempos. Levando-nos a ter como referência histórica e para melhor entender essa linguagem o artista americano Gary Hill, que funde arte e tecnologia. Foi ele quem criou nos anos 70 esculturas de som, e Rafael França, pioneiro da videoarte brasileira, que dedicou-se ao meio expressivo e a criar caminhos criativos, para organizar idéias plásticas e acústicas do nosso meio.
Podemos dizer que os videoartistas nos enriquecem com diferentes tipos de recursos utilizados com muita criatividade, sensibilidade e técnica. Viva a todos nós!!!!! Viva a videoarte!!!!!
Algumas definições:
Video: “(...) o termo vídeo corresponde ao latim “eu vejo”... Correspondendo às imagens eletrônicas reconstruídas ou codificadas na forma de linhas sucessivas de retículas luminosas, destinadas a monitores ou aparelhos receptores de televisão( em circuitos abertos, semi aberto, ou fechado)(...)” fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc:a linguagem da cultura. São Paulo: Perspectiva: Sesc São Paulo,2003,p.669.
Videoclip: “É uma conjunção rítmica entre imagens e música. (...) Um conjunto em que predominam sensações visuais e auditivas livremente concebidas e de atenção difusa”. Fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc:a linguagem da cultura. São Paulo: Perspectiva: Sesc São Paulo, 2003, p. 671-672.
* suzanne