Esta semana fiz novas amizades e uma
delas me deixou bastante pensativa, porque depois de umas semanas de contato,
ela já dizia saber quem eu era. O que me surpreendeu; até eu mesma me espanto
com relação as minhas ações, ou pensamentos, mas algo como isso me fez voltar
ao meu passado. Isso me traz recordações da infância... Lembro de quando
passava o dia todo saltando de galho em galho para chegar ao alto da árvore e
me sentir livre, porque sentia em meu rosto uma brisa leve que às vezes me
deixava com medo, pois eu poderia cair mesmo sem ter um vento forte, mas isso
nunca aconteceu, mas não porque era cuidadosa, mas porque tive sorte de ter
agilidade mesmo sendo muito nova para entender o perigo de escalar em
mangueiras, cajueiros, açaizeiros... Digamos que sempre fui muito ativa, e que
hoje eu vejo esse reflexo nas minhas costas. Mas não me arrependo do que vivi
na minha infância, foram épocas em que tive uma maior proximidade com a
natureza e com meu corpo, o que me deixou de certa forma mais forte para
determinadas situações.

Fui uma criança um tanto
tímida, ou melhor, “fechada”, ou o que os “adultos” costumavam achar, na
verdade eu apenas observava, ate o cigarro que na época minha mãe fumava me
chamava atenção, mas sei que isso me fez experimentar o que nem tinha noção que
poderia me levar a morte, como de quando minha mãe saiu e me deixou sozinha em
casa, então quis fazer como ela, acendi a velas para dar inicio ao “culto”,
pois rezar com velas de 7 dias e 7 noites eram costume para ela em algumas
noites, eu sempre via aquilo e me perguntava o porquê? Mas na minha cabeça só
entenderia se o fizesse, e o fiz, quase coloco fogo na casa toda comigo dentro,
foi por um triz que eu entenderia com mais facilidade o porquê de não mexer com
fogo quando se é criança rs... Mas deixando esse lado um tanto ativo e passo
para a etapa que também me ajudou a me tornar essa jovem que sou hoje, podemos
dizer que brincadeiras como pega-pega eram meu forte, e brincar ela com
freqüência me fizeram ser uma pessoa um pouco mais ágil, não para correr, é
claro, mas para pensar e tentar entender qual seria o próximo passo do
“inimigo”, talvez por isso eu consiga ver o meu lado e o do outro em certas
situações de desentendimentos, fico pensando porque será que ela falou aquilo?
Já conseguir resolver muitas situações por pensar no que levou aquela pessoa a
falar palavras de baixo calão, mas agora deixando um pouco o meu passado falo
dos dias de hoje. O quanto eu mudei, o quanto minhas idéias se modificaram, e o
meu corpo... Nem se fala...
O meu rosto já não possui o mesmo formato de antes,
ele já está mais arredondado, minhas mãos, pernas estão mais compridas... E
seria de admirar se uma roupa de alguns anos atrás ainda entrasse em mim, mas
isso já aconteceu. Dando a impressão que continuo a mesma. Posso até ser a
mesma... Sim! Ainda sou eu, ainda tenho sonhos, desejos, dores... Mas eu já não
penso igual há alguns anos atrás, afinal meu corpo cresceu e eu amadureci, e já
estou com uma idade que nem mesmo acredito que tenha, afinal tenho a mesma cara
de antes. O que de certo modo me deixa feliz... Apenas fico pensando por tudo
que passei pra chegar ate aqui, e a saudade retoma um estado que me faz querer
voltar e ser como antes, o que não pode ser possível, eu sei, mas é bom
imaginar por um momento que eu já fui criança, brinquei, me sujei, me ralei, me
cortei... Tudo me fez ser quem sou hoje, a Suzanne, ou como sou conhecida por
alguns Fiama.
*Suzanne
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