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Macapá, Amapá, Brazil
Bem-vindos ao blog do Coletivo Psicodélico!Aqui vocês podem acompanhar um pouco dos nossos trabalhos experimentais voltados para as diversas vertentes que permeiam as Artes Visuais,discutindo,refletindo, questionando, e trocando idéias entre os produtores do ramo,apreciadores e aqueles que tem afinidade com o mesmo,podendo trocar idéias baseadas em obras desenvolvidas dentro da vídeoarte, performance, fotografia e instalação, e o que tem predominado no blog: Os escritos cotidianos... Sintam-se á vontade para criticar e sugerir, estamos aqui pra isso, e somos assim, eternas aprendizes. Abraços de Emmi Barbosa, Fiama Glíssia e MAPIGE, as pisicodélicas que fazem parte desse coletivo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Eu já fui criança... E hoje sou Fiama




Esta semana fiz novas amizades e uma delas me deixou bastante pensativa, porque depois de umas semanas de contato, ela já dizia saber quem eu era. O que me surpreendeu; até eu mesma me espanto com relação as minhas ações, ou pensamentos, mas algo como isso me fez voltar ao meu passado. Isso me traz recordações da infância... Lembro de quando passava o dia todo saltando de galho em galho para chegar ao alto da árvore e me sentir livre, porque sentia em meu rosto uma brisa leve que às vezes me deixava com medo, pois eu poderia cair mesmo sem ter um vento forte, mas isso nunca aconteceu, mas não porque era cuidadosa, mas porque tive sorte de ter agilidade mesmo sendo muito nova para entender o perigo de escalar em mangueiras, cajueiros, açaizeiros... Digamos que sempre fui muito ativa, e que hoje eu vejo esse reflexo nas minhas costas. Mas não me arrependo do que vivi na minha infância, foram épocas em que tive uma maior proximidade com a natureza e com meu corpo, o que me deixou de certa forma mais forte para determinadas situações. 




As minhas amizades entre 8 e 9 anos foram como um ponta pé inicial para descobri do que gostava, lembro de quando pegava um pedaço de madeira e pregava fio de náilon nela e simulava uns acordes, como se aquilo me completasse, ou quando tentava inventar músicas com palavras chaves para entender melhor o assunto para fazer as provas, fiz isso para entender a tabela periódica, o que deu inicio as minhas composições iniciais, é claro que eram experimentais e adaptativas, pois as frases eram do dia-dia, mas com um pensamento ingênuo, ou talvez não. Nessa idade foi quando dei meu primeiro beijo. Ah! Como posso esquecer rs. Não sabia por que os adultos faziam aquilo, só queria fazer igual, e fiz, mas não achei graça rs, Sempre fui muito estranha em se tratando de relacionamentos, não gosto de que me sufoquem, mas acho que isso ninguém gosta, só que namorar era simplesmente um ato que não tinha valor nenhum pra mim, talvez porque não entendia ainda que para beijar eu precisaria sentir atração e vontade( ou o que para algumas pessoas podem ser simplesmente beijar por beijar), mas eu só queria imitar. Acho que por isso nunca fui tão ligada em namoros. Sempre me vi sozinha e esperando o tempo passar para envelhecer e morrer logo, afinal, eu sei que isso vai acontecer um dia. Aposto que tem pessoas que fingem pra si mesmo que nunca irão morrer, pensando que vai ter netos, bisnetos... Mas eu vejo isso desde pequena. 


Fui uma criança um tanto tímida, ou melhor, “fechada”, ou o que os “adultos” costumavam achar, na verdade eu apenas observava, ate o cigarro que na época minha mãe fumava me chamava atenção, mas sei que isso me fez experimentar o que nem tinha noção que poderia me levar a morte, como de quando minha mãe saiu e me deixou sozinha em casa, então quis fazer como ela, acendi a velas para dar inicio ao “culto”, pois rezar com velas de 7 dias e 7 noites eram costume para ela em algumas noites, eu sempre via aquilo e me perguntava o porquê? Mas na minha cabeça só entenderia se o fizesse, e o fiz, quase coloco fogo na casa toda comigo dentro, foi por um triz que eu entenderia com mais facilidade o porquê de não mexer com fogo quando se é criança rs... Mas deixando esse lado um tanto ativo e passo para a etapa que também me ajudou a me tornar essa jovem que sou hoje, podemos dizer que brincadeiras como pega-pega eram meu forte, e brincar ela com freqüência me fizeram ser uma pessoa um pouco mais ágil, não para correr, é claro, mas para pensar e tentar entender qual seria o próximo passo do “inimigo”, talvez por isso eu consiga ver o meu lado e o do outro em certas situações de desentendimentos, fico pensando porque será que ela falou aquilo? Já conseguir resolver muitas situações por pensar no que levou aquela pessoa a falar palavras de baixo calão, mas agora deixando um pouco o meu passado falo dos dias de hoje. O quanto eu mudei, o quanto minhas idéias se modificaram, e o meu corpo... Nem se fala... 


O meu rosto já não possui o mesmo formato de antes, ele já está mais arredondado, minhas mãos, pernas estão mais compridas... E seria de admirar se uma roupa de alguns anos atrás ainda entrasse em mim, mas isso já aconteceu. Dando a impressão que continuo a mesma. Posso até ser a mesma... Sim! Ainda sou eu, ainda tenho sonhos, desejos, dores... Mas eu já não penso igual há alguns anos atrás, afinal meu corpo cresceu e eu amadureci, e já estou com uma idade que nem mesmo acredito que tenha, afinal tenho a mesma cara de antes. O que de certo modo me deixa feliz... Apenas fico pensando por tudo que passei pra chegar ate aqui, e a saudade retoma um estado que me faz querer voltar e ser como antes, o que não pode ser possível, eu sei, mas é bom imaginar por um momento que eu já fui criança, brinquei, me sujei, me ralei, me cortei... Tudo me fez ser quem sou hoje, a Suzanne, ou como sou conhecida por alguns Fiama.



*Suzanne

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