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Macapá, Amapá, Brazil
Bem-vindos ao blog do Coletivo Psicodélico!Aqui vocês podem acompanhar um pouco dos nossos trabalhos experimentais voltados para as diversas vertentes que permeiam as Artes Visuais,discutindo,refletindo, questionando, e trocando idéias entre os produtores do ramo,apreciadores e aqueles que tem afinidade com o mesmo,podendo trocar idéias baseadas em obras desenvolvidas dentro da vídeoarte, performance, fotografia e instalação, e o que tem predominado no blog: Os escritos cotidianos... Sintam-se á vontade para criticar e sugerir, estamos aqui pra isso, e somos assim, eternas aprendizes. Abraços de Emmi Barbosa, Fiama Glíssia e MAPIGE, as pisicodélicas que fazem parte desse coletivo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

E quem te disse que arte tem que ser explicada?

Texto e fotos por Emmi Barbosa;


Caí por acaso no curso de Artes Visuais, eu seria uma nutricionista, vejam só... Apesar do curso não ser totalmente de qualidade, que é normal em todas as universidades públicas do Brasil, consegui obter conhecimentos e ‘visões mais maduras’ em relação á arte, devido a alguns professores, como Costa Brava (um senhor muito simpático, ¬¬’), Cristiana Nogueira e Humberto Mauro (excelentes fotógrafos!).
Desenho feito por algum acadêmico de artes, uma homenagem ao Costa, rs.



Ok. Não á muito tempo recebi a visita de um vizinho que também estuda na mesma universidade, ele chamaremos de A. (não direi seu nome por grande respeito e ética, eu acho), formado em Biologia e eu estava cursando o 6º semestre de Artes, e imaginem o que aconteceu, ele travou uma discussão sobre artefatos artísticos e a produção e seus objetivos, defendendo uma arte devidamente explicada em todos os sentidos, pois os leigos (ele sendo um), por não compreenderem, possuem opiniões que banalizam os significados de determinadas obras, como foi o caso de uma intervenção que um grupo da nossa turma realizou, intitulada S.O. S Conhecimento, sendo exposta em frente da biblioteca da UNIFAP, e impedindo a passagem dos transeuntes naquele momento, e isto causou grande impacto no A., e ele acabou se envolvendo com a obra, mesmo que da sua maneira, e nem se deu conta, pois pegou uma tesoura e cortou algumas fitas, mas a verdade é que talvez estivesse aborrecido por aquilo estar atrapalhando seu caminho. Eu acho tão rico discutir arte com pessoas que não tem o costume de fazer o mesmo, assim é possível ver o que eu não vi e assimilar uma nova opinião á que eu já possuía. Um dos meus argumentos, sem dúvida não deveria faltar é claro, a questão de que a arte contemporânea traz como uma de suas inúmeras características a problematização (não que os demais movimentos artísticos não tenham feito o mesmo, só lembrando.), quebrando tabus em relação aos materiais utilizados, invadindo os espaços urbanos e ambientes mais inusitados, abordando temas do cotidiano, propondo discussões acerca dos mesmos. Não sou a favor de uma arte totalmente explicada, porque creio que perde toda sua essência, aquela do expectador se envolver e buscar seus próprios conceitos, o que vem a ser instigante e desafiador, de certa forma, sendo que os argumentos não são estáticos, vão se construindo a partir de cada olhar, tanto de artistas e pessoas da área, como daqueles que desconhecem. A arte dá-nos essa total liberdade de explorar, de pesquisar, de conhecer, buscar compreender o mundo e a nós mesmos, sem regras ditando o que venha ser certo ou errado.


Segundo o grupo que realizou o trabalho 'S.O. S Conhecimento', “a obra tinha como proposta explorar novas possibilidades de acesso ao conhecimento na universidade através da prática de intervenção artística no espaço da biblioteca, gerando mudanças na funcionalidade e trazendo questionamentos sobre as informações, troca, indagações, soluções, construção de saberes das pesquisas dentro desse espaço, trabalhando a informação do conhecimento no ciberespaço com suas múltiplas possibilidades de narrativas. A colaboração do expectador aqui é vista como parte essencial na integração destas práticas que ocorrem somente com a predisposição do público em participar. Partindo da definição de intervir como: ‘tomar parte voluntariamente em; interpor sua autoridade; tornar-se mediador; interceder; ingerir-se; ser ou estar presente; assistir, participar’, estes trabalhos, na maioria das vezes, não possuem a intenção de transformar o espaço público, mas sim, de estar presente neste espaço levantando questões que induzam aos estudantes melhores meios de pesquisas.”





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