Reporto-me a minha infância
ao me deparar com uma criança meiga, inocente e talvez contendo uns três anos
de idade, ela sorria timidamente e ao mesmo tempo se fechava, o que seria uma
forma de não mostrar o medo do mundo, das pessoas, do que poderia lhe fazer
mal, continha o corpo magro e os olhos arredondados cor castanho claro...
Isso
tudo foi percebido em um cruzamento onde estávamos atravessando a rua, logo
fiquei a pensar que assim como ela eu também agia me protegendo do que
acreditava ou pressentia o que poderia me machucar; com a minha aproximação à
menina recuou e fez cara de brava, como eu fazia na mesma idade, era uma forma
de dizer que apesar do tamanho e pouca idade não me deixava levar por assuntos
e pelo perigo, e que por mais que não pudesse e nem tivesse condições de
revidar algum ataque tentaria ao menos sair bem de qualquer situação. Antes meu
apelido era: Menina da cara brava. Lembrando-me que muitas vezes ainda faço,
apesar de não ser mais uma criança, ainda tenho guardado um pouco do fui, pois
todos nós de alguma forma devemos manter vivo esse sentimento, o que no meu
caso trouxe fama de má, também me beneficiou, porque se pensarmos em crianças
mais abertas e comunicativas, logo a lacuna é aberta, o que facilita a maldade
alheia, não se devendo confiar em pessoas desconhecidas, e agora falando como
minha mãe: Não fale com estranhos! É perigoso. Isso é bem verdade.
Muitas
crianças são pegas de surpresa por vendedores de balas ou até mesmo um “bom
senhor”, que dizem ser do mais puro coração, e logo o resultado é o aumento de
desaparecidos por motivos que poderiam ser evitados. Claro que nem todas as
crianças são facilmente enganadas, mas existem os casos de rapto para ganhar
dinheiro ou somente fazer o mal, o que acontece nos términos de relacionamento
onde o companheiro não aceita o fim e leva a criança para longe da mãe e nunca
mais aparece.
São diversas situações que podem ser citadas aqui, mas o meu foco
é a criança que habita em você. Muitas vezes nos pegamos cansados, estressados,
com a cabeça cheia de perguntas sobre a nossa vida e o porquê de estamos nessa
situação, é ai, então, que devemos recuperar a alegria, e sorrir para aquela
criança que está presa em meio a tanta tecnologia, responsabilidades, e
correria, para que não tenhamos futuramente um infarto com tantas e tantas
coisas em nossa cabeça... Vamos descontrair e viver a vida hora e outra saindo
da rotina e respirando ar puro, esquecendo um pouco as ligações e as redes
sociais que te deixam conectadas ao mundo. A vida é levada tão a sério que às
vezes não percebemos que não estamos vivendo ela como deveríamos, somente
quando após um ininterrupto acontecimento que te para e faz refletir é que
realmente você acorda. Não espere sua caminhada ser interrompida para fazer
mudanças, o hoje é o que ainda importa para todos.
*Fiama
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