POR QUE ESTE BLOG ?

Minha foto
Macapá, Amapá, Brazil
Bem-vindos ao blog do Coletivo Psicodélico!Aqui vocês podem acompanhar um pouco dos nossos trabalhos experimentais voltados para as diversas vertentes que permeiam as Artes Visuais,discutindo,refletindo, questionando, e trocando idéias entre os produtores do ramo,apreciadores e aqueles que tem afinidade com o mesmo,podendo trocar idéias baseadas em obras desenvolvidas dentro da vídeoarte, performance, fotografia e instalação, e o que tem predominado no blog: Os escritos cotidianos... Sintam-se á vontade para criticar e sugerir, estamos aqui pra isso, e somos assim, eternas aprendizes. Abraços de Emmi Barbosa, Fiama Glíssia e MAPIGE, as pisicodélicas que fazem parte desse coletivo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

RES


À convite do Grupo de Poesia Tatamirô, o Coletivo Psicodélico topou mais uma parceria com Adriana Abreu E Herbert Hemanuel, para o lançamento do livro ‘RES’, de Herbert. Para nós do ‘Psicodélico’ foi um prazer, pois assim, percebemos o quanto o nosso trabalho vale a pena, e melhor ainda é ver que as pessoas apóiam nossas manifestações artísticas, obrigado!





Sobre o autor: Herbert Emanuel nasceu na cidade de Macapá, no Estado do Amapá, extremo norte do Brasil, no dia 20 de fevereiro de 1963. Publicou seu primeiro livro em 1997, intitulado “Nada ou quase uma arte”, com apresentação do poeta Carlos Neiar. Em 1998, com o artista plástico e mímico Jiddu Saldanha, editou “Postais Poéticos”, e , em 2005, com o mesmo artista, lançou o livro de Haikais “Do crepúsculo do outro dia”, com apresentação dos poetas Cristiane Grando e Carlos Neiar. Alguns poemas seus estão incluídos na Antologia Poética Poesia do Gran-Pará, com seleção e notas de Olga Savary. Em 2008, a convite da editora Cortez, em parceria com Adriana Abreu, escreveu o livro “Macapá – A Capital do Meio do Mundo”. Herbert é integrante do Tatamirô Grupo de Poesia e do Pium Filmes – Movimento do Cinema Possível em Macapá. (Fonte: Livro RES).
Sobre o livro: O Res é um livro totalmente instigante, ao começar pelo título, sendo inusitado e fantasioso, levando-nos a criar significados para a palavra RES, seguida das imagens que acompanham, que representam várias características que admiramos e buscamos desenvolver em nossos vídeos e em nossas experimentações no ramo fotográfico.






Da reunião com o Grupo Pium Filmes a Criação do video para o lançamento do livro:  A participação do Coletivo Psicodélico veio a partir de uma reunião, com o Grupo Pium Filmes, onde apresentamos uma parte do acervo de experimentos fotográficos, dentre eles, fotos em preto e branco, que despertaram grande encantamento no grupo, tanto, que recebemos o convite para produzir um vídeo contendo as fotos, e assim, nosso vídeo fez parte do lançamento do livro ‘RES’, junto com outros talentos, como Daniel Nec ( videomaker, ilustrador, diretor de arte e entusiasta), que manda super bem no ramo do vídeo e da fotografia, dos quais, nos identificamos bastante com as características que ele captura, como detalhes, que também gostamos e exercemos em nossos trabalhos. Essa foi uma experiência mais que acolhedora, pois quem sentisse interesse em comprar o livro, também estaria em meio aos trabalhos em vídeo projetados de maneira a trazer um envolvimento, pensando-se em proporcionar aos convidados uma forma de despertar a leitura do RES e a vontade de permanecer ali naquele espaço, pois contamos com outros componentes que tornaram a noite ainda mais agradável...



Fotografias em video do Coletivo Psicodélico: Nosso Vídeo foi feito especialmente para esta noite, com características marcantes em nossa produção, o ato de utilizar imagens em preto e branco, e a presença constante de efeitos que dão um toque especial a cada sobre-posição de imagem, a cada troca de plano, e claro uma sonoridade que chama atenção de qualquer um que esteja assistindo o trabalho, o que de certa forma mostrou-se um conjunto perfeito...




*Suzanne e Noemi

Eu já fui criança... E hoje sou Fiama




Esta semana fiz novas amizades e uma delas me deixou bastante pensativa, porque depois de umas semanas de contato, ela já dizia saber quem eu era. O que me surpreendeu; até eu mesma me espanto com relação as minhas ações, ou pensamentos, mas algo como isso me fez voltar ao meu passado. Isso me traz recordações da infância... Lembro de quando passava o dia todo saltando de galho em galho para chegar ao alto da árvore e me sentir livre, porque sentia em meu rosto uma brisa leve que às vezes me deixava com medo, pois eu poderia cair mesmo sem ter um vento forte, mas isso nunca aconteceu, mas não porque era cuidadosa, mas porque tive sorte de ter agilidade mesmo sendo muito nova para entender o perigo de escalar em mangueiras, cajueiros, açaizeiros... Digamos que sempre fui muito ativa, e que hoje eu vejo esse reflexo nas minhas costas. Mas não me arrependo do que vivi na minha infância, foram épocas em que tive uma maior proximidade com a natureza e com meu corpo, o que me deixou de certa forma mais forte para determinadas situações. 




As minhas amizades entre 8 e 9 anos foram como um ponta pé inicial para descobri do que gostava, lembro de quando pegava um pedaço de madeira e pregava fio de náilon nela e simulava uns acordes, como se aquilo me completasse, ou quando tentava inventar músicas com palavras chaves para entender melhor o assunto para fazer as provas, fiz isso para entender a tabela periódica, o que deu inicio as minhas composições iniciais, é claro que eram experimentais e adaptativas, pois as frases eram do dia-dia, mas com um pensamento ingênuo, ou talvez não. Nessa idade foi quando dei meu primeiro beijo. Ah! Como posso esquecer rs. Não sabia por que os adultos faziam aquilo, só queria fazer igual, e fiz, mas não achei graça rs, Sempre fui muito estranha em se tratando de relacionamentos, não gosto de que me sufoquem, mas acho que isso ninguém gosta, só que namorar era simplesmente um ato que não tinha valor nenhum pra mim, talvez porque não entendia ainda que para beijar eu precisaria sentir atração e vontade( ou o que para algumas pessoas podem ser simplesmente beijar por beijar), mas eu só queria imitar. Acho que por isso nunca fui tão ligada em namoros. Sempre me vi sozinha e esperando o tempo passar para envelhecer e morrer logo, afinal, eu sei que isso vai acontecer um dia. Aposto que tem pessoas que fingem pra si mesmo que nunca irão morrer, pensando que vai ter netos, bisnetos... Mas eu vejo isso desde pequena. 


Fui uma criança um tanto tímida, ou melhor, “fechada”, ou o que os “adultos” costumavam achar, na verdade eu apenas observava, ate o cigarro que na época minha mãe fumava me chamava atenção, mas sei que isso me fez experimentar o que nem tinha noção que poderia me levar a morte, como de quando minha mãe saiu e me deixou sozinha em casa, então quis fazer como ela, acendi a velas para dar inicio ao “culto”, pois rezar com velas de 7 dias e 7 noites eram costume para ela em algumas noites, eu sempre via aquilo e me perguntava o porquê? Mas na minha cabeça só entenderia se o fizesse, e o fiz, quase coloco fogo na casa toda comigo dentro, foi por um triz que eu entenderia com mais facilidade o porquê de não mexer com fogo quando se é criança rs... Mas deixando esse lado um tanto ativo e passo para a etapa que também me ajudou a me tornar essa jovem que sou hoje, podemos dizer que brincadeiras como pega-pega eram meu forte, e brincar ela com freqüência me fizeram ser uma pessoa um pouco mais ágil, não para correr, é claro, mas para pensar e tentar entender qual seria o próximo passo do “inimigo”, talvez por isso eu consiga ver o meu lado e o do outro em certas situações de desentendimentos, fico pensando porque será que ela falou aquilo? Já conseguir resolver muitas situações por pensar no que levou aquela pessoa a falar palavras de baixo calão, mas agora deixando um pouco o meu passado falo dos dias de hoje. O quanto eu mudei, o quanto minhas idéias se modificaram, e o meu corpo... Nem se fala... 


O meu rosto já não possui o mesmo formato de antes, ele já está mais arredondado, minhas mãos, pernas estão mais compridas... E seria de admirar se uma roupa de alguns anos atrás ainda entrasse em mim, mas isso já aconteceu. Dando a impressão que continuo a mesma. Posso até ser a mesma... Sim! Ainda sou eu, ainda tenho sonhos, desejos, dores... Mas eu já não penso igual há alguns anos atrás, afinal meu corpo cresceu e eu amadureci, e já estou com uma idade que nem mesmo acredito que tenha, afinal tenho a mesma cara de antes. O que de certo modo me deixa feliz... Apenas fico pensando por tudo que passei pra chegar ate aqui, e a saudade retoma um estado que me faz querer voltar e ser como antes, o que não pode ser possível, eu sei, mas é bom imaginar por um momento que eu já fui criança, brinquei, me sujei, me ralei, me cortei... Tudo me fez ser quem sou hoje, a Suzanne, ou como sou conhecida por alguns Fiama.



*Suzanne

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Aonde eu deixei minha comida!?






Quantas vezes eu já me fiz essa pergunta? Nossa, já perdi as contas. Sou do tipo de pessoa que esquece facilmente das coisas, e nesse momento conto com a memória, que pelo visto não colabora muito. E se possível tento refazer os passos e ações anteriores ao esquecimento, ou a comida que perdi. Mas e se não lembra?!  Fica difícil. Mas tenho uma outra alternativa: O olfato. Ele com certeza me fará chegar aonde quero, eu pelo menos busco: Comida!  Agradeço pelos dias que pude sentir o cheiro agradável daquela carne cheirosa, com arroz, feijão e farinha... Já deu aquela fome né?! Rs. Mas agora estou fazendo exercícios para deixar meu cérebro mais atento, e trabalhando melhor. Afinal, ele é como o nosso corpo, que precisa ter um equilíbrio alimentar e físico, pois o cérebro precisa ser educado ou pelo menos no meu caso reeducado. Pois estava acostumada de forma diferente. Com certeza não foi por opção minha, afinal, quando somos jovens, não vemos o que não queremos ver, eu me acostumei, me acomodei, mas essa situação pode ser revertida, e digo que exercício e uma dieta equilibrada e com a ajuda de um nutricionista perder peso, no meu caso: Educar meu cérebro ficou mais fácil. Hoje ele melhorou muito. Graças ao meu esforço e persistência de sair do “parado” para o “ativo” rs. Aqui está o resultado.









Suzanne




quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quem é o expectador?

Texto e fotos por Emmi Barbosa;


É fácil criticar o trabalho de um artista, dizer o que é bonito ou feio, ou então separar o que é ou não arte. Na verdade, este ser observador e ‘crítico’, de certa forma, cujo é conhecido como expectador tem um papel de extrema importância em exposições de arte, porém, nem todos seguem o mesmo caminho, nem sequer pensam da mesma maneira. Quem é o expectador, afinal de contas? Ah, todos são, eu, você, o matemático, o físico, o engenheiro, o motorista e cobrador de ônibus, a doméstica, o cabelereiro, o padeiro, o médico, o historiador, a secretária, enfim, somos apreciadores, porém, o que eu vejo não é o mesmo que você, eles ou elas veem, e isto se torna instigante justamente por esses olhares serem diferentes, o que acaba gerando discursos diversos e debates constantes no ramo artístico, sendo esta a engrenagem. Tem vários tipos de expectador: aquele que vai ‘forçado’, vê tudo apressadamente e quer ir embora o quanto antes, como se fosse uma tortura com direito á forca, e tudo o mais, rs. Como se fosse uma espécie de obrigação, castigo ou algo do gênero.  Tem aquele que se envolve de forma surreal com as obras e se encanta a cada passo que dá dentro do museu ou galeria (que pode ser o meu caso), e se pudesse, moraria lá, de tão prazeroso que é poder olhar para trabalhos que foram produzidos cautelosamente, em períodos diferentes da história, sendo alguns de uma simplicidade magnífica, mas que acabam se tornando complexos de tal forma, porque ás vezes nos deixam confusos por não ser tão óbvio, o que nos leva a pensar e refletir por um longo tempo e outros pela riqueza de detalhes tornam-se colírios para os olhos, sendo de certa forma, perfeitos por ocasião. E abordam assuntos que fazem parte do nosso cotidiano, mas que passam, em sua maioria, despercebidos naquele caos diário e ficam quase que completamente camuflados para certos indivíduos, e só quem tem aquele ‘olhar’ e sensibilidade suficientes consegue transmitir e propor debates por intermédio da arte e suas possibilidades, podendo utilizar os materiais mais inusitados possíveis, que é o que tem ocorrido na arte contemporânea. E me pergunto como pode ter indivíduos que não se simpatizam com exposições de arte? Hein, diga-me! Não consigo entender...


Tem aquele que sai procurando defeitos ou critica qualquer mínimo detalhe, tanto nas obras como no próprio espaço expositivo, dizendo que nada é novidade e tem quem diga que faz o mesmo até de olhos fechados, eu já ouvi e disse muito isso, é eu confesso, mas na maioria vem á minha mente o seguinte: ‘caramba, por que não pensei nisso antes? Está tão óbvio! Bem aqui no meu nariz!’ Tem também aquele que aprecia visitas em grupos, para discutir ideias acerca da exposição, desde as propostas dos artistas até chegar a um discurso que proporcione sua própria criação, se for do ramo, é claro. Eu gosto de ter uma relação a sós com as obras, já até conversei com algumas e sei, pode parecer caso de hospício, mas é basicamente inexplicável a sensação que sinto diante delas, que me pego em tremendo êxtase me unindo a elas de certo modo, e odeio, mas ODEIO mesmo aquela bendita faixa amarela ou seja lá qual for a cor que colocam para não permitir que os visitantes toquem nas obras. Sabem como é terrível e agonizante olhar um quadro sem poder tocar nele? Ver um objeto estranho e não poder senti-lo em termos de textura, material e tudo mais que tenha direito, quando na verdade, não tem direito, pois não é permitido... Droga! É uma grande decepção, principalmente tratando-se de arte contemporânea e resta-me apenas ficar olhando vagamente á uma distância. Que me desculpem os curadores e demais organizadores de exposições, mas é uma opinião minha na posição de expectadora e sei que muitas pessoas, assim como eu, também tecem múltiplas críticas em relação a estas situações e tem todo direito, porque apreciar arte de longe é um verdadeiro castigo.



Vem-me logo aquela vontade de tocar e saber qual foi o material utilizado, se é leve ou pesado, ou se posso ter em casa, quem sabe. Mas pior ainda é quando não é permitido fotografar determinadas obras, como se fosse um crime com direito a cadeira elétrica (acho que peguei meio pesado agora, né? Rs.). Em alguns casos nem me sinto completamente realizada pelo fato de não ter tocado na obra e confesso que já peguei escondida, sem ninguém perceber, só pra ter o gostinho de saber e sentir a sensação transmitida pelo simples toque no material ali exposto. E sempre tem aquela obra que nos chama mais atenção por ser diferente ou estranha ou que seja do nosso agrado, as sensações e comportamentos causados são diversos.
Já tive a experiência de montar e ser monitora de uma exposição de arte (Uma Gentil Invenção-Projeto ARTE SESC), e foi totalmente incrível, porque ocorre uma troca de conhecimentos muito rica e que soma aos meus pensamentos inúmeras noções de criar e discutir arte, principalmente pelo fato de a galeria (Galeria Antônio Munhoz Lopes-SESC) ter recebido públicos com idades diferentes, desde crianças do pré-escolar até mesmo artistas, que possuem visões bastante opostas; As crianças possuem um lado lúdico encantador e conseguem notar traços bem inocentes, por assim dizer; os artistas e pessoas da área veem a arte como um campo mais aberto para debates, e costumam observar o lado mais técnico da produção apresentada. Eu admito que não entendo muitas coisas, não tenho um vasto conhecimento a respeito de vários períodos da história da arte, alguns não acho interessante e estou sendo franca, e sei que estou dando mal exemplo, mas de uma coisa tenho certeza: cada expectador carrega consigo compreensões e interpretações únicas, que nem mesmo o próprio saiba definir ou nem mesmo o artista tenha pensado naquela interpretação enquanto produzia. Concordam comigo?
Às vezes até me sinto intimidada em debates de arte, mas é importante que cada um defenda seus pontos de vista, negativos ou positivos, de certezas ou duvidosos, pois podem dar origem a novas propostas artísticas de extrema importância para o cenário artístico.



Seja um rato de ateliê! Pensar o contemporâneo é compreender como se comportam nossos pensamentos estéticos hoje e o que regula esse processo.
“Porque a vida, a vida, a vida, só é possível REINVENTADA!”
(Cecília Meireles)